Espaço BECRE

Espaço BECRE
Esta é a BECRE da Escola EB 2, 3 Júlio do Carvalhal, o novo espaço inaugurado no dia 7 de Janeiro de 2009.

16/02/2009

Livro da Semana - O Beijo da Palavrinha

"Não se escreve para crianças.
Teremos, apenas, idade para viver uma história.
Encantados, como os personagens deste livrinho.
Deste modo, estaremos aptos a sermos beijados pelas palavras."
É desta forma que o autor moçambicano Mia Couto apresenta o livro que te sugerimos esta semana, que conta com ilustrações de Danuta Wojciechowska.
Este é um livro caracterizado por uma grande simplicidade e beleza. Sim, porque as coisas simples podem ser extraordinariamente belas...
Boa Leitura... Se quiseres dar a tua opinião sobre o livro, ou outros livros de que tenhas gostado, clica em Comentários.

Outras Leituras - Pedófilos on-line

Porque a leitura é um prazer.
Porque a leitura permite-nos sonhar e imaginar novos mundos.
Porque aprendemos muitas coisas novas através da leitura.
Porque podemos e devemos fazer outras leituras, para além dos livros.
Porque... aqui ficam outras sugestões de leitura que vais achar interessantes.
Na sugestão desta semana vais ficar a saber mais sobre os perigos da internet, através de uma reportagem da revista Visão sobre pedofilia on-line. Basta clicares no seguinte endereço electrónico:
http://aeiou.viagens.visao.pt/canal.aspx?channelid=946136B5-1E19-4ECF-A63F-A7282DE20C8E&contentid=7A378DF7-9279-4777-A928-875DE5A8636D
Se quiseres dar a tua opinião sobre o artigo, ou sugestões de outras leituras de que tenhas gostado, escreve-as em Comentários.

Para Descobrir...

Sabes quem é?
Descobre o nome desta importante personagem, que contribuiu para uma autêntica revolução no conhecimento científico da época em que viveu...
Podes dar a tua resposta clicando em Comentários.

Escola de Escritores - Alegria

Quando eu era pequenina
Os dias eram gigantes
O céu sempre estava azul,
Mas nada é como dantes.

Quando eu era pequenina
Ai, eu sempre sorria
Ia para todo o lado
Sem deixar a alegria.

Quando eu era pequenina
Eu nem tinha consciência
De nada me interessavam
A matemática e a ciência.

Quando eu era pequenina
Eu só queria crescer.
Hoje que já sou menina
Só me apetece ser
A pequenina que vi esconder.

Alegria, onde foste?
Tu que me fizeste crescer,
Que levaste pequenina,
Que me fazia viver?

Foste para outra menina
Que também vais ver crescer?
Então faz dela a pequenina
Que eu já não posso ser.

Ana Isabel Barbosa Lino, nº1, 9ºB

02/02/2009

Livro da Semana - As Crónicas de Nárnia: O Leão, a Feiticeira e o Guarda-Roupa

Este livro é o segundo volume de uma das séries mais lidas do Mundo e considerada como um dos maiores clássicos juvenis.
A aventura começa quando Peter, Lucy, Edmund e Susan, durante a II Guerra Mundial, são obrigados a sair de Londres e a instalar-se numa pequena cidade de Inglaterra, na casa de um professor solteirão. Enquanto exploram a mansão, Lucy descobre uma passagem secreta muito especial no guarda-roupa do velho professor. Uma passagem que dá acesso a um Mundo prisioneiro de um perpétuo Inverno, prisioneiro da magia da Feiticeira Branca. Por isso, quando tudo parece perdido, alguns esperam o regresso de Aslan, o criador solar das terras de Nárnia…
Boa Leitura...Se quiseres dar a tua opinião sobre o livro, ou outros livros de que tenhas gostado, clica em Comentários.

Outras Leituras - MP3 e surdez

Porque a leitura é um prazer.
Porque a leitura permite-nos sonhar e imaginar novos mundos.
Porque aprendemos muitas coisas novas através da leitura.
Porque podemos e devemos fazer outras leituras, para além dos livros.
Porque... aqui ficam outras sugestões de leitura que vais achar interessantes.
Na sugestão desta semana vais descobrir a relação entre ouvir música em MP3 e o risco de surdez. Basta clicares no seguinte endereço electrónico:
Se quiseres dar a tua opinião sobre o artigo, ou sugestões de outras leituras de que tenhas gostado, escreve-as em Comentários.

Para Descobrir...




Sabes quem é?
Descobre o nome desta importante personagem portuguesa...
Podes dar a tua resposta clicando em Comentários.

Escola de Escritores - Quando os anjos merecem morrer…

As horas passavam vagarosamente, o tempo teimava em demorar-se, algures no mundo, algures no tempo, num amanhã próximo… Jack olhava a lua com os seus olhos verdes, olhava instintivamente o relógio, que, parado, não lhe fazia mais do que peso no pulso, mas esse tipo de peso não o afectava, encolheu os ombros, encostou-se atrás na macia colina relvada, continuou a olhar a Lua… Era a sua companhia, e não podia estar em melhor companhia. Jack imaginava quantas pessoas naquele momento estariam a olhar a Lua, pelo mundo fora… umas tristes, outras felizes, ricos, pobres, rebeldes solitários e irmãos de uma enorme família… Realmente, Jack não podia estar em melhor companhia, tentava imaginar a vida de outros, adormecia, sonhava… E era assim todos as noites, até chegar o dia.
Aquela noite estava fria, mais fria que o habitual, as nuvens cobriam a lua, Jack procurou um sítio para se refugiar, porém aquela noite fria de Inverno sentia-se em qualquer lugar; chuva… chuva que regava a árvore da mente e faz florescer as memórias. Jack adormeceu, num profundo e agitado sono…
-“O sol quando nasce, nasce para todos!” Era o que a avó costumava dizer ao menino sozinho em casa. Ele não percebia, porém achava a frase muito bonita. Então sentava-se no sofá, aconchegado, a olhar para o vermelho doce e caloroso da lareira e o cheiro reconfortante das torradas da avó faziam-lhe companhia e faziam-no sentir-se bem.
Enquanto a neve teima em cair e a espera teima em demorar-se, (O tempo é o ser mais malvado que existe, o mais doloroso, muito pior do que as aulas de matemática da professora Alice ou os sermões do Papá) a avó continua a contar-lhe histórias, histórias fantásticas, sobre anjos, deuses, santos… Segundo a avó, eles é que ditam a história de uma pessoa, eles protegem-te dos demónios e impedem que algo de mal te aconteça, são eles os responsáveis por tudo o que acontece. A avó era um ídolo para o menino, uma heroína, uma espécie de coruja sábia, daquelas que costumam aparecer nas fábulas da Disney. E então o papá e a mãe chegavam e aí o corpo do menino enchia-se de alegria e euforia. O ritual repetia-se todos os dias, excepto nos fins-de-semana e nos feriados.
Era mais um dia comum na vida do menino, em casa da avó, continuava a olhar atentamente para o fogo que lhe ofuscava os olhos, porém sempre tinha tido um grande fascínio pelo mesmo. O recente gira-discos do pai continuava a ouvir-se suavemente por toda a divisão (“How many roads, must a man walk down…”), a avó dormia, e achou ser o momento certo para uma pequena exploração ao grande mistério que para o menino era a lareira… Os anjos não estavam com ele naquela tarde de Inverno, o fogo começou a querer como que fugir da prisão que era a lareira, fugiu, a avó teimava em dormir, a música teimava em tocar e o calor teimava em aumentar, o pai e a mãe chegaram pouco depois, pegaram no menino e trouxeram-no cá para fora, estava uma grande confusão, o pai voltou para dentro da casa, casa cujos demónios iam pintando de vermelho e, no céu cinzento, os anjos riam.
Nem o pai nem a avó voltaram a sair da casa naquele dia, por causa dos demónios, por causa dos anjos, por causa do menino; nos dias seguintes, a mãe chorava, o menino, a um canto, olhava-a seriamente, não sabia o que fazer, não sabia o que sentir, enquanto os seus anjos e demónios tinham uma discussão acesa na sua cabeça ou então resolviam problemas de matemática complicados.
Num desses dias, a mãe aproximou-se dele, sorriu, encheu-o de beijos, brincou com ele, os anjos e demónios foram descansar e o menino sorriu e riu nesse dia, tal como os anjos haviam feito naquele dia cinzento. À noite a mãe despediu-se dele, com uma lágrima na cara e com um tenro beijo suave e doce, foi dormir. Também a mãe nunca mais voltou, o sol deixou de nascer como dizia a avó, ficou noite, noite para sempre, enquanto os demónios mascarados de polícias o levaram para uma casa onde os anjos mascarados de freiras cuidavam de outros meninos que não tinham brilho nos olhos, também eles foram traídos pelos seus anjos e demónios; o menino não se conformou, correu, correu até não poder mais, porém desde aquele dia que o sol não nascia e no escuro era difícil orientar-se, procurava Deus, para que este soubesse o que havia acontecido com ele e com os outros meninos, para este os castigar e para o guiar até casa onde estaria a avó, o pai, a mãe, as torradas, a lareira, e o gira-discos.
Algures no tempo (O tempo é o ser mais malvado que existe, o mais doloroso, muito pior do que as aulas de matemática da professora Alice ou os sermões do Papá) o comboio vai chegar, para o levar para um lugar onde o sol nasça e se ponha todos os dias, um lugar onde volte a sentir o calor aconchegante da família, o conforto da lareira, casa. E os anjos? Os anjos e os demónios, esses vão ter o que merecem, e não vão ousar repetir o feito, pois Deus não deixará! Porém, por enquanto, o sol teima em não nascer, e Jack continua à espera de um anjo que o guie a casa e lhe traga de novo o sol que, ao contrário do que a avó disse, não nasce para todos!

João Pedro Ferreira Morais, nº 11, 9ºB