Espaço BECRE

Espaço BECRE
Esta é a BECRE da Escola EB 2, 3 Júlio do Carvalhal, o novo espaço inaugurado no dia 7 de Janeiro de 2009.

25/05/2009

Escola de Escritores - Nem Sei...

Que confusão se torna estar constantemente a falar da mentalidade do ser humano. Cada um como cada qual, certo? Mas afinal, não somos todos feitos da mesma massa, não temos todos um pouco de tudo? Ou será mesmo que temos tudo?
Pois, mas infelizmente na nossa cabeça falta sempre algo. Podemos pensar que algo nos completa e que não precisamos de mais nada para além daquilo, mas isso é apenas uma sensação temporária, uma vez que somos muito inconstantes e, como tal, tudo, mesmo tudo na nossa mente altera de segundo a segundo, à medida que a Terra dá as suas infindáveis voltas à grande estrela.
As preferências duma pessoa em relação a qualquer coisa tendem a alterar, dado que, como somos ambiciosos e de certa forma egocêntricos, optamos sempre por procurar o melhor, dependendo das nossas possibilidades. Podemos não conseguir alcançá-lo por diversos motivos, mas na nossa mente ficará sempre a preferência, o melhor, o sonho.
O que seria de nós caso nos contentássemos com o razoável, ou até mesmo com o que é reles e não procurássemos o que é realmente bom? O que seria de nós caso vivêssemos limitados mentalmente, caso nos proibissem de voar cada vez mais alto?
Não haveria nada senão animais irracionais a caçarem e a alimentarem-se por necessidade, reproduzirem-se para dar continuidade à espécie e também por prazer.
Se não fosse a necessidade de o ser humano se expressar através das suas ideias, sendo estas mentais ou materiais, provavelmente hoje nem sequer estaria a escrever este texto nem o leitor o conseguiria ler. Ou será que ambos seríamos curiosos o suficiente para deixarmos a nossa imaginação tomar posse de nós e inventássemos algo para transmitirmos ideias, tal como uma folha de papel repleta de letras que todas em conjunto formam palavras, frases e um texto, que nos permite comunicar?
Conseguimos assim concluir que todos dependemos uns dos outros, uns sem os outros somos incompletos.
Por vezes chego-me a perguntar se haverá alguém neste mundo que não merece respirar, ver, sentir tudo o que o rodeia, mas a resposta é sempre a mesma, por mais vezes que me questione. Todos nos ajudamos uns aos outros, todos transmitimos lições uns aos outros, sendo estas interpretadas de diferentes formas. O mais inútil ser humano pode ser o mais útil para toda a humanidade, pois, sem querer, ajuda outrem a ter força para seguir em frente e não se deixar cair facilmente no erro e na tentação que é ser ignorante, ou seja, seguir o caminho mais fácil mas nunca o mais gratificante e louvável perante nós e perante os outros.
É realmente preciso ser um pouco louco ao se tentar ser diferente, ao se inovar, quer positiva como negativamente, pois somos muitos a pisar o chão, somos muitos a respirar. Serão então muitas opiniões, muitos pontos de vista e com esses temos que aprender a viver uma vez que estes nos perseguirão para sempre com o principal objectivo de nos motivarem para continuarmos a melhorar para uns e a piorar para outros.
Aceitemo-nos como somos, quando somos correctos, incorrectos ou neutros. Cheguemos a uma conclusão, cheguemos a acordos, deixemo-nos viver da maneira que queremos e desejamos sem interferirmos uns com os outros. Nem sei se vale a pena, mas tento, continuo, prossigo sem apagar memórias, sonhos e aprendo com recusas e aceitações, pois não somos feitos apenas de coisas que nos agradam a nós e aos outros, mas também coisas desagradáveis.

Tiago José Medeiros Cunha Chaves, nº 19, 9º B

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